8 de maio de 2012

HOUSTON e OTC


Wortham Theater Center

Provavelmente eu não escolheria Houston como destino de turismo, mas estou na minha terceira visita e todas foram muito agradáveis em todas eu saí com um aperto no coração como se estivesse deixando alguém a quem me apeguei afetivamente.
Houston tem tudo em termos de civilização: restaurantes, lojas, teatros, museus, shows, estádios de esportes variados e Universidade. Tem também muitos carros e muito tráfego. Mesmo assim ainda parece uma cidade de interior, pois o povo é acolhedor e amável.
A cada visita conheço um pouco ou me aprofundo em algo. Visto que venho a trabalho sobra pouco tempo para o reconhecimento de área.
Desta vez eu já conhecia e fui direto para o Central market, um supermercado que tem de tudo, de todos os tipos e marcas, só tomate tem umas 20 variedades, queijos incontáveis, tempero para qualquer culinária, para quem gosta de cozinha é um prato cheio ou melhor uma dispensa cheia. Eu fui direto aos chás comprei umas 6 variedades pois ainda tenho outras 10 em casa. Comprei também meu estoque da semana de queijo e berries. Estou viciada em raspberries.
Fico sempre perto do The Galleria, um imenso e chiquérrimo shopping, masjá percebi que a região é polemica. Os locais sempre dizem: detesto aquela área! Ainda não sei bem porque mas imagino que seja porque é a preferida dos turistas e brasileiros, muito consumismo, meio esnobe parece, mas não é.
Eu já me adaptei lá, já descobri as lojas baratérrimas, um lugar para tomar sucos, um SPA onde fiz a melhor massagem da minha vida, a sports authority, o Central Market e o itinerário de uma deliciosa caminhada, corrida ou bicicleta. E tudo isso dá para fazer a pé, o que para esta cidade é muito especial. Houston é feita para andar de carro, a loja da esquina está a pelo menos 300m.



Houston probably wouldn't be my first choice for a touristic destination. This is however my third visit already, and each one was extremely pleasant. Every time I leave with my heart in a knot, as if I were leaving someone to whom I've grown affectionate. 
Houston has everything you need to live a cosmopolitan life: restaurants, shops, theaters, museums, concerts, stadiums for a variety of sports and a University. There's also a lot of traffic. Still it manages to feel like a small town, probably due to its welcoming and friendly population. 
Each time I visit I discover something new or get to know something better, even though I don't have a lot of free time to explore the area since I always come to work. This time I already had some knowledge of the area, so I went straight to the Central Market, a supermarket where you can find all sorts of things of every kind and brand. There are more than 20 kinds of tomato, innumerable kinds of cheese, all sorts of spices for every kind of cuisine – those who like to cook will have a full day, and a full pantry. I went straight to the tea section and bought around six varieties, even though I already had 10 at home. I also refilled my weekly stock of cheese and berries. I've become addicted to raspberries! 
I always try to stay close to The Galleria, an immense and extremely refined shopping mall. There's some controversy regarding the area, however. The locals always say: “I hate that region!”. I still can't quite figure out why, but it's probably because it's the region’s tourists, specially Brazilians, love it the most. Lots of consumerism, it may seem snobbish, but not really. 
I've already adapted to the region, and discovered some stores with extremely good prices, a place to drink delicious smoothies, and a spa where I had the best massage I've ever had in my life, the Sports Authority. The Central Market is an ideal part of an itinerary for a walk, a run or a bike ride. It's all within walking distance, which is something very special for this town. Houston is built for automobiles, the nearest shop is always at least 300 meters away.

parte do corredor de temperos do Central Market
Desta vez passei a semana na OTC enfrentando um dos meus maiores desafios: VENDER, o que não se pode fazer sem puxar uma conversa com um desconhecido, ser simpático, entender o que ele faz, explicar o que  você faz e oferecer seus serviços. Qual a dificuldade? Para mim o medo do ser humano.
Tomei isso como um exercício. Esta semana minha lição de casa budista era romper com padrões de comportamento e isso foi um prato cheio. Passei a semana enfrentando seres humanos de todos os tipos e nacionalidades.
No fim saí feliz, transpus barreiras e percebi que os que pior reagiram eram  os que não estavam levando seu serviço a sério e não me deram a devida atenção, principalmente fim de tarde, o pessoal já estava meio de cara cheia..rsrs
Outro tipo nada agradável foi o tipo direto “não preciso do seu serviço” ok, sem problemas.
Mas tiveram os receptivos, onde Brasil era a palavra mágica e foram a maioria. Estes escutaram com interesse o que eu tinha a oferecer e tiveram toda a paciência de apresentar sua empresa e seus produtos.
Havia também os chineses, meio discriminados pela fama da qualidade de seus produtos. Eu arrisquei poucos, a maioria já estava com cara de desisto ninguém me quer. Adorei um que praticamente me pegou no meio do corredor dizendo: “Porque você não quer minhas válvulas? ”Eu fui muito sincera” Porque não tenho como avaliar se são boas” e então ele fez o serviço dele muito bem feito e conclusão vamos ver as válvulas deles. Tudo é uma questão de postura, isso mudou tudo entre um chinês e outro. Detalhe, muitos que estão na feira nem falam inglês, imagine, se é difícil para mim, imagine para eles?
No fim adorei a feira e meu trabalho, melhorei muito minhas habilidades comerciais, conheci gente de todo o mundo, apreendi muito sobre operações offshore de óleo e gás e espero que resulte em bons negócios.


This time I spent the week at OTC facing one of my greatest fears: SELLING, something impossible to accomplish without trying to talk to strangers, being nice, understanding the person's motivations, explaining what you do and offering my services. What's the difficulty, then? For me, the fear I have of other human beings. 
I took it as an exercise. This week my Buddhist homework was to break behavior patterns, and I had plenty of opportunities to do so. I spent the week facing people of every kind and nationality. At the end I was very satisfied, I overcame obstacles and realized that those who had the worst reactions were the ones who didn't take what I do seriously and didn't give me the attention they should. Especially by the end of the day, when people were already tipsy... LOL 
Another kind of people that weren't nice at all were the ones who immediately said “I'm not interested”. OK, no problem. 
There were plenty who were receptive, though, for whom Brazil was a magic word – most people. They showed interest in what I had to offer and had plenty of patience to introduce their companies and products. The Chinese were there too, who suffered some prejudice due to the bad reputation of their products. I didn't approach many of them, most had that “I give up, no one loves me” face. I loved a Chinese man who intercepted me in the middle of a hall to say “why don't you check my valves?”. I was very candid: “Because I have no way of checking their quality”. He did his job splendidly, and because of that we're going to consider their valves. It's all a matter of posture, it made all the difference between this Chinese and all the others. Especially because many who are participating in the fair don't even speak English. If it's tough for me, imagine how it feels for them? 
At the end I loved the fair and my work, I improved my business abilities a lot, got to know people from all around the world, learned a lot about gas and oil offshore operations, and I expect to make great deals.

Offshore technology Conference - Houston 2012
A feira foi intercalada com caminhadas, jantares, compras e até massagem noturnas.
Nas caminhadas já dava para notar uma vizinhança bem amigável, ninguém tem medo de ser abordado quando se bate no vidro do carro para pedir informação e ainda são extremamente simpáticos. Percebi que essa é a essência do ser humano, ele deixa de ser isso em função do meio que o cerca.
No fim de semana final foi que pude explorar melhor a cidade. Ganhei um carro emprestado do meu chefe e saí por Houston. Comecei explorando o “downtown”. O distrito dos teatros foi a que mais gostei. Descobri  a casa do Houston balé que se interliga ao WorthamTheater Center. Na minha outra visita dei a maior sorte e pude ver a noite de gala do Houston balé, foi de encher a alma. Fiquei fã.
Descobri um parque na beira do rio e uma cachoeira atrás do teatro. A cachoeira estava servindo pista para os praticantes de Parkour e cenário fotográfico. Noivas podem ser vistas por toda a cidade nos domingos tirando fotos para álbuns.


The fair was punctuated by walks, dinners, shopping and even evening massages. During the walks I could notice the extremely friendly neighborhoods: people were not afraid when you knock on a car window to ask for information and were very helpful. I realized that's the human being's true essence, which vanishes because of the surrounding environment. 
During the weekend I had the opportunity to explore the town better. My boss borrowed a car so I could drive around Houston. My first step was to explore downtown. The theater district was the one I liked most. I found out the Houston Ballet house, which has a passage to the Wortham Theater Center. At my past visit I got very lucky and had the chance to see the Houston Ballet's gala night. It was very moving. I became a fan. 
I stumbled upon a park by the river, with a waterfall, behind the theater. The waterfall served as a parkour course and photographic spot. Brides could be seen all around the city during the Sundays taking pictures for their wedding albums.

Wortham Theater Center
Wortham Theater Center
Parkour





multi uso - decoração urbana, esportes e cenário fotográfico
multi use - urban furnishings, sports and photographic scenery





A super Lua
super moon
a feira em prol do meio ambiente
the fair in favor of the environment 



itinerário bike ou caminhada downtown - início distrito dos teatros
bike or walk downtown route - beginning at the theater district
Andei também pela região da Rice University, descobri um shopping a céu aberto muito simpático com lojas, restaurantes e pessoas mais alternativas ao redor. Também tinha muita gente preocupada com o meio ambiente, vendendo , comprando ou apenas informando coisas para salvar o planeta. Já tinha visto isso no downtown também.
Fiquei apaixonada com o campus universitário, imenso, lindo, super cuidado, gramados, salas de squash, piscinas, quadras, campos de futebol e todo o resto. Ao redor, casas deliciosas, muito verde, sem muros, gente andando, correndo e jogando. Eu deitei no gramado e vi um lindo por do sol. Fiquei um pouco triste, queria morar em um lugar assim. Também fiquei um pouco desafiada, porque não me mudo?
Decidi jantar no Café Rabelais. Meu chefe, que de restaurante entende tudo já havia comentado do local e eu achei por acaso nessa região. Foi no dia da super lua e eu a vi nascer no teto/estacionamento do restaurante. A comida estava ótima e o lugar é muito gostoso e pouco turístico.

I also strolled through Rice University, where I discovered a nice open air mall with indie shops, restaurants and people. There were also many people concerned with the environment, selling and buying things to help saving the planet or simply giving information. I'd seen that downtown too.
I fell in love with the campus, so open, beautiful and well taken care of. It has lots of grass, squash rooms, swimming pools, sports courts, soccer fields and all sorts of things. All around me, nice houses, plenty of greenery, no walls, people walking, running and playing. I lay down on the grass and watched a stunning sunset. It made me a little sad; I'd like to live in a place like this. It also challenged me a little: why don't I move here? 
I decided to dine at the Rabelais Café. My boss, a great restaurant connoisseur, had told me about this place and I found it by chance. It was on the night the supermoon was on the sky, and I could see it rise from the parking lot on the top of the restaurant. It had great; food; the place is very nice and not touristy at all.

pôr do sol na Rice University
sunset at Rice University
 

noivas por toda a Houston
brides throughout Houston
 


um futebol no fim de tarde
soccer in the late afternoon

o entorno da Universidade
University surroundings  

jantar no Café Rabelais
dinner at Café Rabelais
itinerário pela região da Rice University

route through the region at Rice University
No último dia fui circular um pouco mais por tanglewoods e pine shadows, e definitivamente me apaixonei pela cidade. Curti as casas, vi as crianças brincando, como eu fazia na minha infância, na rua, jogando forca com giz no asfalto, vendendo suco para os transeuntes. Trouxeram-me de volta um sentimento que parece uma mistura de relax, segurança e alegria. Eu não sentia isso faz tempo, não sei se porque cresci e endureci ou porque São Paulo não é mais a mesma. Talvez um pouco de ambos. Mas foi mais uma oportunidade de prática budista, trazer a emoção para o presente e ficar com ela desvinculada da experiência, assim ficar com ela para sempre.
Deixo Houston com saudades, como se deixa alguém a quem nos apegamos em curto período de tempo.
Faltou explorar melhor os museus e ver um jogo de futebol americano. 
Quem sabe na volta?



On the last day I walked around tanglewoods and pine shadows a little more, and definitely fell in love with the city. I enjoyed the houses, watched children play just like I did when I was a kid, on the streets, playing hangman on the pavement with chalk, selling juice on stands to the passersby. That brought me back to a mixed sensation of relaxation, safety and joy. It had been a long time since I last had felt that, maybe because I have grown up and became tougher, or because São Paulo is not the same anymore. Probably a little of both. Still it was another opportunity to practice Buddhism, to bring that emotion to the present and maintain it apart from the experience, keeping it with me forever. 
I leave Houston but a part of me stays here, just like when you leave someone to whom you've grown attached to in a short period of time. 
I still have to explore the museums a little more and watch a football match. Maybe next time? 

Sage Road e arredores
Sage Road and surroundings
 


itinerário: Sage road, Tanglewoods e arredores
Route: Sage road, Tanglewoods and surroundings








Brincando de forca com giz na rua. Foi assim um dia em SP - 1970
Playing hangman with chalk on the street. It use to be like that in SP - 1970









magnólias - a flor de Houston
magnolias - the flower of Houston


quem já não brincou de loja? lemode for free, estava ótima!
who never played like that? lemode for free, it was great!

Em novembro 2011 Houston se enfeitava para o Natal

In November 2011 Houston was adorned for Christmas


River Oaks on bike





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