De 9 a 17 de fevereiro vamos acompanhar o Brasil Open no ginásio do Ibirapuera em SP. Mais precisamente vamos acompanhar os jogadores brasileiros. Apenas 2 deles Thomaz Bellucci e Ricardo Mello entraram direto nas chaves compostas de 28 jogadores, pois para isso o jogador tinha que ter ranking abaixo de 86. O Ricardo entrou com convite, pois seria seu último torneio como profissional. Todos os demais tiveram que participar do Qualifying, um pré torneio onde o jogador tem que passar 3 rodadas para poder disputar o terneio e mesmo assim tem que ter ranking abaixo de 260. Não é pouca coisa passar um Quali.
Foi um carnaval de muitas emoções para estes atletas, seus técnicos e familiares. Mas como me disse um técnico hoje, faz parte da vida de um tenista, eles tem que saber a não se deixar levar pelo êxtase da vitória ou a depressão da derrota, pois a vida deles será cheia disso o tempo todo e sem tempo para recuperação. Você ganha um jogão hoje e perde amanhã, ou o contrário. Se a pessoa ficar indo de um lado emocional a outro vai estar exausta em 3 meses.
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sala dos jogadores, é aí que eles passam grande parte da vida, não importa em que país |
Um exemplo foi o Argentino Martin Alund. Ele perdeu o Qualifying na última rodada, em seguida ganhou a vaga na chave principal por causa da desistência de Leonardo Mayer, mas tinha que jogar horas depois com o Brasileiro Ricardo Mello. Ele nem teve tempo de comemorar e já pegou uma bucha, mas mesmo assim ganhou o jogo.
O estreante Pedro Zerbini, fez um lindo jogo contra o alemão Julian Reister, mas ainda não deu, perdeu por 2 sets a 1, parciais de 6/7, 6/4 e 6/4. Hoje, dias depois, ganhou na dupla com Marcelo Demoliner, passando para a segunda rodada.
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Pedro, iniciou sendo tendo seu saque quebrado e acabou ganhando o 1º set. |
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aqui ele já devolveu a quebra |
Outro jogo doído foi o de Clezar e Thomaz. Clezar, feliz de passar o quali, já recebe a notícia que sua primeira partida no torneio será contra o companheiro de equipe de Copa Davis, o número 1 do Brasil, Thomaz. Milhões de vezes jogaram juntos, treinaram juntos, Clezar iniciante e Thomaz de titular em Copa Davis. Alguém pode imaginar o que passa na cabeça desses dois antes desse jogo? E foi assim que Clezar fez bonito, mas o Thomaz como seria o normal, levou a vitória no terceiro set. Dia seguinte já tem jogo de dupla.
O brasileiro João Souza, também passou o qualifying, ganhou a primeira rodada do torneio, jogando e vencendo apenas o 1º set, pois o adversário se contundiu, mas já pegou Rafael Nadal na segunda rodada! Não dá para relaxar né....
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Clezar na luta para entrar no torneio |
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Campozano também |
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João Zwetsch, capitão Copa Davis, técnico Clezar , um sábio |
É, a vida deles é assim, tem que amar o que faz, tem que querer muito essa vida, tem que amadurecer e aprender a lidar com essas situações. Se na vida a gente demora 10 anos para crescer, eles tem que fazer isso em 2, senão perdem o timing.
O querer fazer, querer ganhar, o gostar do que faz, é que vão levar o atleta ao limite, e a superar os limites, seja no treino ou no jogo. E é esse esforço, mental e corporal, essa consciência de que deu o sangue e mais um pouco, é que vai fazer a diferença na hora do jogo. O cara que deu tudo se sente merecedor da vitória e vai lutar por ela até o fim, vai querer pegar o que é dele. Nesse nível de competição, se houver um vascilo, uma mínima dúvida na mente ou na vontade já era. O outro passa por cima. Essas são convicções e reflexões de quem está nessa luta há anos, de quem já viveu isso na pele.
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o trio João, Paulo (fisioterapeuta Clezar) Eduardo Faria (preparador físico P Zerbini), equipe Copa Davis aqui no sofrimento do dia a dia |
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equipe Clezar no jogo contra Thomaz |
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equipe Thomaz , acima do placar |
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na luta, cabeça em foco, ganhou 1º set no tiebreak |
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na troca de lado não tem olho no olho |
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tudo empatado no 3º set 1 x 1 |
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tudo empatado no 3º set 5 x 5 |
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Momentos finais! dramáticos, fotógrafos esperando o furo! Mas tudo foi como tinha que ser, Thomaz ganhou a partida. |
E aí chegou a estrela - Rafael Nadal, o cara que não tem tempo feio, que ama o que faz e que tem aos 26 anos a maturidade que muitos não vão ter nunca.
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