Depois que descobri que uma das minhas paixões na vida é viajar, pesquisar sobre os possíveis destinos virou meu passatempo preferido. Cheguei de um intercâmbio na Alemanha em agosto de 2014 e já estava pensando na próxima experiência pelo mundo. Creio que essa fase de pesquisa é muito importante para extrair o máximo do tempo e dinheiro investido.
Levei um choque ao regressar. Depois de 20 meses vivendo numa sociedade comandada por regras, onde o simples fato de atravessar fora da faixa pode render um prejuízo de 20 euros, composta por pessoas incapazes de roubar 5 centavos, percebi como eu julgava errado o mundo. Minha vontade de descobrir as diferenças aumentou.
Puder viajar pelas principais cidades da Europa e conhecer a história do Velho Mundo com afinco. Visitei igrejas, castelos, praças e museus. Entendi que o desenvolvimento e avanço tecnológico dos países do primeiro mundo se deve a muito trabalho e é consequências de um período marcado por dificuldades. Penso que o Brasil tem potencial para se tornar um país modelo, mas isso não acontece da noite para o dia, precisamos ser determinados e unidos. Minha visão de mundo mudou bastante depois de ter tido contato com um povo “faca na caveira”, isso me fez crer que há luz no fim do túnel.
Depois de tanta obra humana agora minha vontade é conhecer as obras da natureza, e culturas diferentes da europeia, ver o outro lado da moeda. Minha primeira ideia foi fazer o mochilão mais famoso da América do Sul - Peru, Bolívia e Chile. Contudo, essa época do ano é a estação mais chuvosa e não quis correr o risco de passar mais tempo fugindo da chuva do que mochilando.
Lembrei que encontrei um costa riquenho no metrô entre o aeroporto e o centro de Munique. Ele me contou sobre a sua cultura, como os estudantes lutavam pelas causas sociais e como o país era preocupado com o meio ambiente e a preservação dos recursos naturais. Aos poucos uma aventura fantástica foi sendo desenhada na minha cabeça. Procurei também sobre as redondezas e onde poderia me aventurar e comprei as passagens.
É como a Cláudia diz, não sabemos exatamente porque queremos ir para tal destino, as vezes é uma foto bonita, um relato de viagem, ou um sonho de infância. Comecei a criar uma imagem da América Central que eu tinha que confirmar se era tudo isso mesmo, um país tropical, com lugares exóticos e detentor de uma sociedade preocupada com o seu crescimento. Ao fim da viagem poderei compartilhar com vocês se é mesmo como eu imaginava.
Ilha Ometepe - Nicarágua |
A princípio fiz um roteiro passando por San Andres (Colombia), Panamá, Costa Rica, Nicarágua, Honduras, Guatemala e Belize, totalizando 45 dias de viagem e alguns dólares a mais do meu orçamento haha. Refleti mais um pouco e concluí que seria melhor encurtar a viagem, não quero chegar nos últimos dias sem ter energia pra aproveitar. O plano final ficou assim: San Andres, Panamá, Costa Rica e Nicarágua.
Hoje faltam 4 dias para a partida e ainda não finalizei o roteiro e nem as reservas de hostels. Encontrar informações mais detalhadas sobre essa região é difícil. Existe o “feijão com arroz” que são os pontos mais conhecidos, mas o turismo de aventura é pouco divulgado. Existem dezenas de passeios pelas matas, raftings, escaladas e etc, mas qual escolher? Quantos dias ficar em cada cidade/praia? A América Central é um lugar para vários perfis de viajantes, aventuras na mata, descanso nas praias do caribe ou surf na costa do pacífico.
Outro ponto bem importante do planejamento é com quem viajar. Conversei com alguns amigos e parceiros de viagens e infelizmente ninguém estava disponível. A vontade de viajar era maior do que o medo de ficar tanto tempo “sozinho”. Viajar só implica em conversar mais com desconhecidos e ganhar novos amigos, o que, no meu caso, seria uma ótima oportunidade para driblar timidez e sair da zona de conforto. Mas no “segundo tempo da prorrogação” surgiu uma companheira que tenho certeza que irá contribuir muito nessa aventura. Minha amiga Tamara me encontrará no Panamá e seguiremos viagem juntos até a Nicarágua.
Vulcão Poas - costa rica - imagem da internet |
Morávamos na mesma rua quando pequenos (ou melhor dizendo crianças, porque ela continua da mesma altura kk), e desde 2000 juntamos histórias para empolgar nossos filhos e netos a serem aventureiros como nós.
Acredito que essa viagem será um ótimo momento para refletir sobre meus planos futuros, colecionar mais algumas histórias e voltar entendendo um pouco mais de mim e do mundo. Aguardem, quando voltar, conto tudo!
Thomi (fev/2015)
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Olá Claudia!! Em primeiro lugar, parabéns pelo blog, está excelente!!!
ResponderExcluirEstou mto interessada em fazer este roteiro, vc escreveu alguma outra postagem depois que retornou?! Pode me mandar o link, por favor?!
Mto obrigada!!! :)
Olá Isabel, infelizmente o colaborador que ia escrever esse texto teve um contratempo e ficamos sem o relato, mas vc pode acha-lo no facebook e perguntar para ele https://www.facebook.com/thomigiese?fref=ts, boa sorte
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