Colaboradores: Leandro Negoceki, Thomas Guinter (Thomi), Lucas Oliveira e Guilherme Carvalho. Estagiários do projeto em que trabalho no momento, o PLAMUS - Plano de Mobilidade Urbana Sustentável de Florianópolis. Eles tem toda sintonia com a natureza, a vida e este blog. Este encontro de gerações e almas viajantes resultou no novo parceiro de blog o Thomas e alguns colaboradores esporádicos. Mas vamos a viagem...
Ao final de mais um exaustivo semestre, o desejo de desopilar a mente foi unanime para o quarteto arqengenhenhanbrado de Floripa. Resolvemos de súbito partir rumo a uma viagem na natureza, explorando os ambientes da serra catarinense. A sugestão surgiu num simples folhear de livro intitulado “Serra Catarinense”. Não houve objeção, o consenso foi geral. Sem muito planejamento e poucos esquemas criados de forma inevitável por três mentes engenheiras, arquitetou-se uma viagem sem igual.
Rumando para a Serra Catarinense iniciou-se a jornada. Foi incrível observar que passados apenas algumas horas dirigindo, já era possível fugir totalmente da realidade urbana que é cotidiana para a gente. Estar em meio a abundância da natureza nos permite entrar em contato com o nosso interior, relaxar, limpar a cabeça e se confortar ao perceber o quão pequenos e mundanos alguns dos nossos problemas são.
Ao final de mais um exaustivo semestre, o desejo de desopilar a mente foi unanime para o quarteto arqengenhenhanbrado de Floripa. Resolvemos de súbito partir rumo a uma viagem na natureza, explorando os ambientes da serra catarinense. A sugestão surgiu num simples folhear de livro intitulado “Serra Catarinense”. Não houve objeção, o consenso foi geral. Sem muito planejamento e poucos esquemas criados de forma inevitável por três mentes engenheiras, arquitetou-se uma viagem sem igual.
Rumando para a Serra Catarinense iniciou-se a jornada. Foi incrível observar que passados apenas algumas horas dirigindo, já era possível fugir totalmente da realidade urbana que é cotidiana para a gente. Estar em meio a abundância da natureza nos permite entrar em contato com o nosso interior, relaxar, limpar a cabeça e se confortar ao perceber o quão pequenos e mundanos alguns dos nossos problemas são.
A receptividade que nos veio de encontro, foi de uma singeleza tamanha que nos obrigou a refletir acerca das relações humanas dentro do contexto citadino. Encontramos várias pessoas dispostas a receber o desconhecido pelo simples ato de caridade e ser bom sem olhar a quem.
Logo no primeiro dia, não conseguimos chegar ao nosso primeiro destino, a Fazenda Santa Cândida, onde deveríamos acampar, mas fomos salvos por um morador, que vendo nossa situação e percebendo a dificuldade que teríamos para chegar a Fazenda, nos ofereceu sua garagem para camping.
Logo no primeiro dia, não conseguimos chegar ao nosso primeiro destino, a Fazenda Santa Cândida, onde deveríamos acampar, mas fomos salvos por um morador, que vendo nossa situação e percebendo a dificuldade que teríamos para chegar a Fazenda, nos ofereceu sua garagem para camping.
Primeira noite de um camping planejado por engenheiros... na garagem de um casal salvador |
A viagem foi ótima do começo ao fim. Na companhia de amigos com a mesma sintonia, dirigimos rumo ao interior ao som de boa música. Viajando por estradas de terra, já era possível sentir o stress se esvaindo. Por mais clichê que possa parecer, a sensação de estar descalço junto ao mato, fazer fogo para preparar a refeição, deitar no chão e observar a imensidão de estrelas no céu a noite foi extraordinária.
Em três dias focamos nos arredores dos municípios de Bom Jardim da Serra e Urubici. Ao começarmos a subida da Serra do Rio do Rastro a paisagem que se revela fala por si só, deixando-nos literalmente nas alturas. A sensação de quase poder tocar as nuvens e de esgotar a visão em olhares longínquos para o horizonte sempre presente incitou-nos a continuar.
No dia seguinte fomos rumos a Fazenda Santa Cândida, de onde sai a trilha para o Canyon das Laranjeiras. Atravessando fazendas e florestas de araucárias que mesmo sendo tão exploradas, seus remanescentes nos forçaram a viajar no tempo e curvar-se a sua beleza intocada. A garganta que se abriu no meio da planície campesina é de beleza singular: Um canyon coberto por mata atlântica, um paraíso intocado de plantas e aves que dão seus saltos para o abismo, usufruindo de toda beleza de forma tão plena que nos perdíamos em suas asas num vôo quase coletivo.
Serra do rio do Rastro - o caminho já vale |
No dia seguinte fomos rumos a Fazenda Santa Cândida, de onde sai a trilha para o Canyon das Laranjeiras. Atravessando fazendas e florestas de araucárias que mesmo sendo tão exploradas, seus remanescentes nos forçaram a viajar no tempo e curvar-se a sua beleza intocada. A garganta que se abriu no meio da planície campesina é de beleza singular: Um canyon coberto por mata atlântica, um paraíso intocado de plantas e aves que dão seus saltos para o abismo, usufruindo de toda beleza de forma tão plena que nos perdíamos em suas asas num vôo quase coletivo.
Fazenda Santa Cândida |
Os viajantes e nossa nova amiga da Fazenda |
na trilha para o Canyon das Laranjeiras |
Leandro na beira do Canyon!!! kkkkk |
almoço no Canyon |
Após o almoço seguimos para Urubici e no caminho fomos contemplados com uma visão de serras misturada com sol e chuva, e ainda presenteados com pelo menos três arco-íris. A estrada recém molhada, mas ainda quente do sol, formou névoas ao longo do trajeto, deixando a visão ainda mais deslumbrante.
a caminho de Urubici |
Paramos para conhecer a Cachoeira do Avencal, uma obra da natureza formada por um paredão de serra com uma cachoeira de 100 metros, que adicionada a uma obra humana, resultou em uma tirolesa, com direito a frio na barriga. Continuando pela estrada, paramos para conhecer as inscrições rupestres, de onde ainda se avistava a cachoeira do Avencal ao longe.
Cachoeira do Avencal - Lindo demais! |
vista de cima do Avencal |
A sucessão de fatos que ocorreu após um dos membros ter machucado o dedo no vidro do carro nos mostrou as coincidências engraçadas da vida. Fomos até a farmácia para socorrer o nosso querido Negoceki, que como não podia deixar de ser, com suas habilidades de relações públicas, nos levou à nossa próxima parada: Pousada Recanto da Natureza. Não havia ninguém na pousada, e começou a chover.
Ficamos preocupados de voltar pela estrada, pois pegamos uma pedreira até chegar lá de carro. Depois de muita discussão, decidimos acampar em frente a pousada, esperando que a dona voltasse, porém a notícia que ouvimos foi que ela só estaria por lá domingo. A chuva continuou caindo.
Após alguns minutos procurando uma solução, surgiu um “local” montado em um cavalo. Perguntamos se teria problema em dormir por ali e por nossa sorte o homem se prontificou em avisar os donos da pousada para evitar problemas futuros. Para nossa alegria, o tempo começou a abrir e a noite chegar. Montamos nosso acampamento em um gramado próximo ao rio que passa por ali. Conseguimos com um vizinho um saco de lenha suficiente para fazermos nossa janta e nos mantermos aquecidos.
Nosso segundo camping, no jardim da pousada Recanto da Natureza |
Essa viagem foi marcada por pequenas coisas que fizeram toda diferença. Depois de um semestre puxado foi ótimo poder refletir sobre a vida e sobre planos futuros. Como estávamos longe da cidade, pudemos ver as estrelas como se estivéssemos em um deserto. Nos sentimos um grão de areia no meio do oceano. Cozinhamos um macarrão com atum e depois aproveitamos o calor da fogueira para secar nossas roupas.
No dia seguinte seguimos viagem para Urubici. Pela manhã pegamos a autorização (no centro da cidade) para visitar o morro da pedra furada. Ele pode ser visto de cima de um morro onde existe uma sede da força aérea brasileira, por isso precisamos pegar uma autorização. O lugar pode ser visitado de carro, e vale muito a pena. Sugerimos levar roupa de frio, pois venta muito. Em seguida visitamos a gruta dos bugres, que para alguns, é resultado da escavação de pré históricos Tatus Gigantes. Lá encontramos um casal de amigos (Luiza e Edgar) que se ofereceram para nos levar até a serra do corvo branco.
4 patetas e a pedra furada - Da esquerda para a direita - Thomas, Leandro, Guilherme e Lucas
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no sítio da amiga da Luiza |
Serra do Corvo Branco |
Leandro e seu novo amigo |
Almoçamos pela cidade e aproveitamos o sol para “lagartear” em uma casa de campo de um amigo da Luiza. O lugar era incrível! O som do riacho embalou a “siesta” da galera, afinal, depois de 3 dias de tantas novidades já estávamos nos rendendo ao cansaço. No fim da tarde pegamos uma estrada - que está interditada devida às obras - até chegar a serra. O caminho foi tortuoso, mas o lugar compensou qualquer dificuldade encontrada até ali.
Um corte de mais de 90 metros de altura foi feito no topo do morro para a rodovia construída na década de 70. A estrada está em péssimas condições, em alguns pontos houveram deslizamentos que interditaram parte dela. Mesmo assim encontramos alguns corajosos que passavam por ali, mas pelas fotos dá para ter uma noção do perigo.
Depois de tantas aventuras (muitas nem foram citadas, afinal isso é um post e não uma bíblia hehe), chegar em casa - e não conseguir dormir por causa do turbilhão de bons momentos que vieram a cabeça - não tem preço. Para quem quer ter contato com uma natureza incrível, sossego, momentos para refletir e sem gastar muito, é o destino ideal. A serra catarinense possui inúmeras atrações, que pela falta de gestão dos moradores locais, não são conhecidas. Isso é bom para a preservação, mas complicado para os turistas que visitam a região.
Mais sobre a região nos próximos capítulos. (jan/2015)
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