Um ano depois.....
Do fim de um ano sabático e de mais um ano de trabalho apareceu mais uma oportunidade de um tempo para mim, o projeto chegou ao fim, é hora de aproveitar a entre safra!
Visto que ganhei o passe livre do marido, que ia em outra trip de surf, resolvi colocar em andamento o plano de levar minha mãe de 88 anos para mais uma “última” viagem...
Dei carta branca para ela escolher o roteiro que resultou em Paris, por causa da vontade de ver um can can, Saint Petersburg, que tinha ficado por ir na nossa ida a Moscou e Helsinki, que nem ela soube me explicar porque. Eu incluí a Noruega, por causa de Kjerag, um penhasco no meio dos fiordes que vi em um filme da base jumper Karina Hollekin.
Até Oslo fomos juntas, durante 15 dias de convivência intensa, pude pela primeira vez vê-la como pessoa e não como mãe. Ouvi suas histórias com calma e atenção, aprendi sobre suas alegrias e tristezas, sucessos e fracassos, suas amigas, namorados e família, coisas que gostava, como lidou com as pedras do caminho. Pude também perceber suas atuais limitações e adequar minha paciência a este momento e por fim entendi porque ela tem tantas amigas. Ela é uma fofa, acha graça de tudo se diverte com pouco e está sempre disposta para o programa, seja qual for!
Ganhei ainda o prazer de ter proporcionado mais algumas histórias para ela contar por aí. Para isso montei um livro da viagem com fotos e legendas que vai ajuda-la a lembrar das aventuras para poder contar por aí.
Os pontos altos dessa etapa foram:
Em Saint Petersburg o festival The Scarlet sails, que acontece na noite mais clara das noites claras. No rio Neva, em frente do Hermitage, uma grande queima de fogos, ao som de grandes sinfonias, precede a chegada da caravela Escarlate, representando a esperança e o desejo de um futuro grandioso e generoso! Eu estava no meio do povo, a vovó na janela do hotel! Gratidão pela vida foi o sentimento do momento.
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| Rio Neva a esquerda e o Hermitage a direita |
Em Helsinki a parada gay com a vovó finalizada em um parque a beira do mar báltico com um evento multi-colorido.
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| Ópera de Oslo |
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| Ópera de Oslo |
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| Ópera de Oslo integrada na natureza |
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| escultor Gustav Vigeland |
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| Vigeland park |
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| Aker Brygge - arquitetura |
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| Astrup Fearnley Museum |
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| Aker Brygge - arquitetura |
Terminada a “fase mãe”, passei a “fase sozinha pelas trilhas e estradas da Noruega”. De Oslo voei para Stavanger, aluguei um carro e vivi momentos de felicidade pura. Livre, indo para onde queria, na hora que queria. Comendo o que e quando meu estomago mandava, parando em cada canto que me parecia interessante.
Mais uma vez testei meus limites físicos e relembrei que mais vale a mente, fiz a última trilha na raça, não estava preparada fisicamente, meu joelho virou uma bola, mas fui até o fim!
A primeira trilha foi Pulpit Rock em Preikestolen, com 7 km de extensão e 350m de desnível, a mais leve. Acordei em Stavanger num hostel muito simpático, dirigi até a base e sentei na beirada do primeiro penhasco de Lysefjord.
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| Pulpit rock |
No mesmo dia peguei o último ferry de Forsand para Lysebotn, depois de um lindo passeio pelo fjord onde vi dezenas de cachoeiras caindo na água, cheguei ao paraíso, o lugar mais lindo dos últimos visuais, a vila de Lysebotn.
No caminho vi por baixo Pulpit Rock (onde eu tinha ido de manhã) e Kjerag, meu destino do dia seguinte.
O bed and breakfast escolhido, Huane, foi uma surpresa maravilhosa, um pedaço do paraíso na terra. Fiquei numa cabaninha mínima, mas uma graça, no meio de um planície verde, cercada de montanhas e cachoeiras por todos os lados. Os donos uma simpatia, ela já conhecia o Brasil e ficou feliz de relembrar velhos tempos. A casa principal e os banheiros, sauna e sala de lareira um capricho, café da manhã delicioso.
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| Pulpit rock vista de baixo |
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| minha cabana no paraíso |
Dia seguinte depois de uma proveitosa troca de informações com outros hóspedes, onde refiz parte do roteiro, fui rumo a Kjerag, o pico dos base jumpers. A trilha de 12 km (ida e volta) e 350 m de desnível é linda, cheia de riachos, partes congeladas, cascatas, pedras e muito desafio.
Encontrei a Karine, uma das companheiras de café da manhã, logo no início e fizemos a trilha juntas ou melhor, erramos a trilha juntas e andamos 2 horas a mais!
O dia estava lindo mas o vento quase levava a gente embora, de forma que não deu para ficar em pé na keragbolten, só sentadinha...
Os sanduiches preparados para trilha dão saudades: pão, queijo de cabra, pepino, tomate, e muito salmão, para beber: água das geleiras, a melhor do mundo!
A vista dos fjordes sempre deslumbrante. Na volta fiz uma parada estratégica na cabana para trocar o tênis molhado pelas travessias dos riachos e terrenos enlameados pelo gelo derretido e fui direto jantar no único local da vila. No meio de muitas cachoeiras, esperando a carne de porco, vi dois saltos, um show!
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| Na trilha para Kerag |
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| Karine em uma das travessias da trilha |
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| A famosa rocha de Kerag |
A essa altura meu corpo já dava sinais de falência, mas a trilha mais dura ainda estava por vir.
Antes dela um dia de descanso percorrendo as estradas da Noruega entre alpes gelados e o mar azul dos fjordes. Tentei um mergulho na base de uma cachoeira, mas não deu, o pé doía em 15 segundos. Não desisti e no meio do caminho achei um lago perfeito para almoço e mergulho. Um dia sensacional, finalizado em Tyssedal num quarto de hotel de frente para os fjordes.
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| Minha cabana no paraíso |
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| pela estrada |
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| parada no caminho |
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| a vista do meu quarto em Tyssedal |
Trolltunga, 22 km (ida e volta) e 750 m de desnível, foi tensa, medo de dar vexame e pedir resgate, mas o tempo estava lindo, o visual altamente motivador me ajudaram a ir e voltar com as próprias pernas.
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| Trolltunga e eu |
Mais um dia de viagem e cheguei em Eidfjord, embora fosse dia de descanso, ainda encarei uma base até a base da cachoeira de Voringsfossen, pois a previsão do tempo para o dia seguinte era chuva. Curta, 1,5 km, mas com meus joelhos “bola” foi doído, mas mais uma vez a vista compensou.
Hospedada no topo da cachoeira num hotel de 1891, Fossli hotel, viajei no tempo, aproveitei o dia de chuva para relaxar, ler, tomar chá com biscoito. Saí para conhecer o Hardangervidda Nature Center, vi um filme feito de um helicóptero delicioso, dei um role na cidade e voltei para o século passado, onde teve até conserto de piano.
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| na estrada |
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| na base de Vorigsfossen |
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| Fossli Hotel |
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| Fossli hotel |
Terminei a aventura em Bergen, uma cidade lindinha. De lá voei para Oslo – Paris – SP e encerrei mais uma incursão por novas culturas, desta vez no verdadeiro primeiro mundo!
Em breve mais detalhes e fotos de toda a aventura.
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| ruas de Bergen |
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| ruas de Bergen |
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