Cuba estava nos meus planos faz tempo, assim como as próximas férias. No último ano trabalhei que nem cachorro, num ambiente politico desgraçado e me prometi que no próximo iria compensar o tempo que fiquei acorrentada!
Chegou a hora, era carnaval, as coisas estavam sob controle no trabalho e saí a programar. Lógico que, como previsto na “Lei de Murphy”, uma semana antes tudo mudou e nada estava sob controle, mas aí já era tarde.
Tive 15 dias para decidir roteiro, comprar passagem, renovar passaporte, tirar visto e fazer a maldita vacina de febre amarela, que neste momento, neste país é uma epopeia.
Comentário: eu, com passaporte vencido, já é um sinal de que alguma coisa está muito errada na vida da pessoa......
Detalhe: descobri que tinha tomar a vacina por acaso. Quando comecei o plano não era necessária, consegui no último dia que não seria barrada no embarque! Até o cara do check-in teve um frio na barriga quando conferiu a data.
Depois de alguma pesquisa e discussão entre as parceiras de viagem (eu e minha querida filha Olivia) decidimos o tempo, o roteiro e onde ficar. O tempo limitado pelos compromissos de trabalho e o roteiro com dicas de amigos. Escolhemos ficar na casa de Cubanos, afinal estávamos indo lá para conhece-los e saber como e a vida em terras socialistas. Havia a opção de alugar um apartamento só para nós, mas queríamos estar com eles então pegamos só um quarto e foi a melhor coisa que fizemos!
O roteiro ficou assim:
Dia 1- Chegada em Havana às 10:30. Deu tempo de ir para casa, trocar uma ideia com nossos hosts e ir para o teatro tentar comprar os ingressos do ballet. Era o último dia e eu não consegui, de jeito nenhum, comprar daqui do Brasil.
O Gran Teatro de la Habana fica no Parque Central, ao lado do Capitólio Nacional. Dedicamos o dia a conseguir estes ingressos, mas conseguimos por conspiração do universo. A bilheteria do teatro estava fechada e todos informavam que os ingressos estavam esgotados!
Desoladas, resolvemos almoçar no restaurante mais chic da área, no hotel IberoStar, pois estávamos “viradas” da viagem e do stress paulistano. Na saída resolvi dar uma de tonta e perguntar ao concierge se ele conseguia ingressos para o ballet. Em 5 minutos ele pegou o telefone e conseguiu. Aí ele perguntou qual era nosso quarto....
Com nosso encanto confessamos que não estávamos no hotel, mas mesmo assim o Edwin, cumpriu o prometido e falou para irmos pegar os ingressos em 1 hora. Corremos até em casa trocamos de roupa e voltamos para pegar os ingressos, ainda meio deconfiadas se ia dar certo.... Mas ele cumpriu a promessa!
Depois do ballet voltamos lá para agradece-lo de todo o coração. O ballet foi maravilhoso e ainda teve a presença da grande Alicia Alonso, a bailarina que dá nome ao teatro. Já valeu a viagem!
Como já estávamos intimas do Edwin perguntamos se ele não arrumaria tickets para o show Buena Vista Social Club... Conseguimos na hora!
O Gran Teatro de la Habana fica no Parque Central, ao lado do Capitólio Nacional. Dedicamos o dia a conseguir estes ingressos, mas conseguimos por conspiração do universo. A bilheteria do teatro estava fechada e todos informavam que os ingressos estavam esgotados!
Desoladas, resolvemos almoçar no restaurante mais chic da área, no hotel IberoStar, pois estávamos “viradas” da viagem e do stress paulistano. Na saída resolvi dar uma de tonta e perguntar ao concierge se ele conseguia ingressos para o ballet. Em 5 minutos ele pegou o telefone e conseguiu. Aí ele perguntou qual era nosso quarto....
Com nosso encanto confessamos que não estávamos no hotel, mas mesmo assim o Edwin, cumpriu o prometido e falou para irmos pegar os ingressos em 1 hora. Corremos até em casa trocamos de roupa e voltamos para pegar os ingressos, ainda meio deconfiadas se ia dar certo.... Mas ele cumpriu a promessa!
Depois do ballet voltamos lá para agradece-lo de todo o coração. O ballet foi maravilhoso e ainda teve a presença da grande Alicia Alonso, a bailarina que dá nome ao teatro. Já valeu a viagem!
Como já estávamos intimas do Edwin perguntamos se ele não arrumaria tickets para o show Buena Vista Social Club... Conseguimos na hora!
Dia 2 – Havana e show Buena Vista Social Club. Era segunda feira e muitos museus estavam fechados, mas deu para fazer bastante coisa. Percorremos a pé Havana Vieja passando pela Plaza San Francisco de Asis, Plaza Vieja, rua Mercaderes, hotel Ambos Mundos onde morou o escritor Ernest Hemingway, Plaza de Armas, Plaza de la Catedral e La Bodeguita del Medio, onde Hemingway tomava mojitos. No fim pegamos um ônibus de city tour e demos uma big volta em Havana passando pela feira de artesanato, Plaza de la revolucion, Vedado, Hotel Nacional, malecón, av. dos presidentes, fomos até o bairro de flores passando por muitos hotéis ao longo da costa e pelas embaixadas Russa e Americana.
Estávamos amando Cuba! Tudo muito lindo, vivo, colorido, música por todo lado e muita historia! A plaza de armas é emocionante, suas edificações representam um pouco de tudo pelo que o povo desta ilha já passou. Todas suas lutas, algozes e heróis. , ouvindo toda a história, tive a impressão que o povo anda cansado, perdeu a energia de um jovem e ao envelhecer, depois de tanta luta, percebeu que no fim sempre acaba no mesmo, os que estão no poder se locupletando e o povo ferrado. Acho que foram-se os tempos das revoluções, agora as lutas serão pessoais e as mudanças gradativas. Sei lá, é só um palpite, não entendo nada disso.
Estávamos amando Cuba! Tudo muito lindo, vivo, colorido, música por todo lado e muita historia! A plaza de armas é emocionante, suas edificações representam um pouco de tudo pelo que o povo desta ilha já passou. Todas suas lutas, algozes e heróis. , ouvindo toda a história, tive a impressão que o povo anda cansado, perdeu a energia de um jovem e ao envelhecer, depois de tanta luta, percebeu que no fim sempre acaba no mesmo, os que estão no poder se locupletando e o povo ferrado. Acho que foram-se os tempos das revoluções, agora as lutas serão pessoais e as mudanças gradativas. Sei lá, é só um palpite, não entendo nada disso.
Plaza de Armas |
Plaza de Armas |
Dia 3 - Havana - Museu de la Revolucion, tentativa de entrar na escola de dança de Havana, Museo Nacional de Belas Artes e jantar no restaurante D. Eutimia, comida maravilhosa, perto da plaza de La Catedral.
O Museu de La Revolucion é outra coisa que já vale a viagem, a história da luta é muito emocionante, cheia de paixão, ideais, heróis e inimigos horrorosos, com capítulos de sucesso e fracasso, mas que culmina na queda de uma ditadura financiada pela exploração capitalista! Enfim tudo que um ser humano gostaria de ver no mundo real.
O Museu de La Revolucion é outra coisa que já vale a viagem, a história da luta é muito emocionante, cheia de paixão, ideais, heróis e inimigos horrorosos, com capítulos de sucesso e fracasso, mas que culmina na queda de uma ditadura financiada pela exploração capitalista! Enfim tudo que um ser humano gostaria de ver no mundo real.
Tanque soviético T-34 - el mejor de su tipo en la II Guerra Mundial. Utilizado por Fidel durante las acciones de Playa Girón. |
Dia 4 - Havana – Viñales – Havana e na volta ainda deu tempo de ir ate a Fortaleza San Carlos de la Cabaña para assistir a Cerimonia do Cañonazo, que acontece todos os dias às 21h.
No caminho para o Valle de Viñales, paramos em uma fazenda de tabaco para aprender um pouco. O campesino nos disse que é lá, em Pinas del Río, a província mais ocidental de Cuba, onde se fabrica o melhor tabaco do mundo! Adorei o cheiro das folhas secando.
Paramos no Mirador de Los Jazmines para apreciar o Valle de Viñales e acabamos almoçando em um restaurante ao lado, muito bom, muita comida! Depois seguimos o rito turístico e visitamos o Mural de la Prehistoria, e a Cueva del Indio, com passeio de bote por seu rio subterrâneo. O lugar é lindo e talvez seja legal dormir 1 noite por lá para desfrutar melhor da vida campesina. O melhor do passeio foi o casal do Alasca, mãe e filho que fizeram o percurso conosco, muito simpáticos e o reencontro com o casal de alemães que sentou na nossa mesa no show do Buena Vista!
No caminho para o Valle de Viñales, paramos em uma fazenda de tabaco para aprender um pouco. O campesino nos disse que é lá, em Pinas del Río, a província mais ocidental de Cuba, onde se fabrica o melhor tabaco do mundo! Adorei o cheiro das folhas secando.
Paramos no Mirador de Los Jazmines para apreciar o Valle de Viñales e acabamos almoçando em um restaurante ao lado, muito bom, muita comida! Depois seguimos o rito turístico e visitamos o Mural de la Prehistoria, e a Cueva del Indio, com passeio de bote por seu rio subterrâneo. O lugar é lindo e talvez seja legal dormir 1 noite por lá para desfrutar melhor da vida campesina. O melhor do passeio foi o casal do Alasca, mãe e filho que fizeram o percurso conosco, muito simpáticos e o reencontro com o casal de alemães que sentou na nossa mesa no show do Buena Vista!
secagem do tabaco |
Plantação e colheita do tabaco |
Dia 5 – Havana – Demos mais uma caminhada por Havana Vieja, paramos no que achamos interessante e seguimos rumo Capitólio, pois queríamos comprar charutos. Acabamos passando novamente pela escola de dança, insistimos de novo para entrar e dessa vez conseguimos!
Demos muita sorte! Ficamos por uma hora assistindo ensaios de flamenco! Um dueto masculino, de arrepiar, um trio feminino ao som de “fever”, para lá de sensual e um grupo de mulheres com leques e cadeiras. Tem coisas que já valem a viagem, esta foi uma delas. Mas tiveram tantas que a viagem valeu por 10.
De lá pegamos um conversível e fomos dar um rolê no Malecón e tomar um mojito no Hotel Nacional. A noite voltamos para ir ao club de jazz Lazorra y el Cuervo, muito bom! Tem que chegar 21:30 para pegar lugar na fila.
Dia 6 – Havana - CIienfuegos - Trinidad – Contratamos um taxi para nossa viagem, combinamos um Chevrolet 1950 e chegou um lada 1960, depois de muita briga ficamos com o Chevrolet 1937. Depois descobrimos que pagamos mais que o dobro do que seria o preço de mercado. E aí você pergunta? Mas que mercado se estamos no socialismo? Pois é, acho que não existe um mundo socialista puro, ha sempre alguém cobrando por um serviço e um mercado regulado pela oferta e a procura. E no mercado negro, que é o caso de Cuba, onde o serviço não poderia sequer estar sendo ofertado, não ha regulação, então a oferta e demanda falam ainda mais alto! Sem contar os turistas desinformados como nós, que caem de bobos. Mas a partir daí ficamos espertas, não entravamos mais em nenhum taxi sem negociar o preço pela metade.
Resolvidos os impasses pegamos a estrada para Cienfuegos, a única cidade da ilha que foi fundada pelos franceses. Paramos no Parque Martí e demos uma volta pela Casa del Fondo de Bienes Culturales, Catedral Purísima Concepción e o Palacio del Valle, mas o que mais gostamos foi Teatro Tomás Terry, esculpido internamente como uma jóia, uma volta no tempo, lindo! E com um pianista tocando no palco foi um momento raro.
La Revolución está em todos os lugares |
Antes de seguirmos para Trinidad, paramos para almoçar a beira mar no restaurante El Lagarto. A localização é privilegiada e a decoração “sui generis”, mas a comida é cara, pouca e não é boa. Comemos muito melhor em outros lugares!
A chegada em Trinidad foi divertida, o endereço do airbnb não estava correto, ficamos um tempo tentando achara casa. O taxista tentou nos ajudar, mas como tinha outro trabalho nós o liberamos e ficamos de mala no parque central. Em 5 minutos tinham umas 10 pessoas tentando nos ajudar e em mais 20 apareceu a dona da casa nos procurando. O taxista tinha ligado para ela avisando que estávamos perdidas nas redondezas.
A casa de Elena era linda, o quarto ótimo e a comida uma delicia.
Depois de instaladas fomos ao reconhecimento de área, primeiro a internet, conseguimos no parque central. Depois de colocar a vida em dia, voltamos para casa para jantar. O camarão, preparado sob encomenda estava maravilhoso.
Depois fomos conhecer as casas de música e dança da cidade. Começamos por uma apresentação de dança afro cubana no Pallenque de Los Congos Reales, grátis e muito bom! Depois ainda demos uma olhada na Casa de La música e Casa de La Trova, tudo pertinho e a céu aberto. Mas deixamos a balada mesmo para o dia seguinte.
Depois fomos conhecer as casas de música e dança da cidade. Começamos por uma apresentação de dança afro cubana no Pallenque de Los Congos Reales, grátis e muito bom! Depois ainda demos uma olhada na Casa de La música e Casa de La Trova, tudo pertinho e a céu aberto. Mas deixamos a balada mesmo para o dia seguinte.
casa de Elena |
Dia 7 – Trinidad – A cidade é uma das primeiras vilas fundadas pelos espanhóis no início do século XVI e foi declarada pela UNESCO Patrimônio Cultural da Humanidade. Depois de um café completo fomos passear pela cidade. Começamos pela Plaza Mayor e o museu da cidade, que tem uma vista maravilhosa do alto da torre. Fizemos um circuito a pé recomendado pelo lonely planet passando por bairros mais afastados da zona turística, foi bem gostoso.
Após o almoço pegamos um taxi e fomos para praia. Consegui um snorkel e mergulhei com peixes e corais em águas caribenhas.
A noite muita salsa na Casa de La Música, Casa de La Trova e Rincón de La Salsa, ficamos circulando e dançando. Na volta para Havana, dividindo um taxi com nossos novos amigos do Alasca, descobrimos que perdemos a disco La Cueva...Um balada dentro de uma imensa caverna!
Após o almoço pegamos um taxi e fomos para praia. Consegui um snorkel e mergulhei com peixes e corais em águas caribenhas.
A noite muita salsa na Casa de La Música, Casa de La Trova e Rincón de La Salsa, ficamos circulando e dançando. Na volta para Havana, dividindo um taxi com nossos novos amigos do Alasca, descobrimos que perdemos a disco La Cueva...Um balada dentro de uma imensa caverna!
Dia 7 – Trinidad – Já tínhamos feito tudo e ficamos na curtição. Procuramos a escola de salsa que Elena tinha nos recomendado e resolvemos fazer uma aula, agora já estamos mais aptas a aceitar os convites dos cubanos! A tarde voltamos a praia!
Jantamos no restaurante San José, muito bom e não conseguimos encarar mais uma noite de dança... pena porque não pudemos praticar, agora que já estamos experts!
Jantamos no restaurante San José, muito bom e não conseguimos encarar mais uma noite de dança... pena porque não pudemos praticar, agora que já estamos experts!
vista panoramica de Trinidad no alto do Museu histórico |
Dia 8 – Trinidad – Havana – Aeroporto. Nas 4 horas do percurso, em um carro do século XXI, fomos trocando idéia com os Alasca para ver o que entendemos de Cuba, do Povo e do “Regime”. Eles também estavam bastante empenhados em entender os prós e contras de tudo. Discutimos também como fica o mundo com Trump e como ele foi parar lá. Acho que ainda não sabemos nada, mas pelo menos não pensamos que sabemos....
Nossos amigos do Alasca |
Espero ter tempo para em breve postar as fotos do dia a dia! que são muitas e estão lindas!
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Muito bacana o relato e o roteiro. A vontade de conhecer a ilha virou certeza!
ResponderExcluirAgora ansioso por um próximo post que desvende o mistério sobre "eles, a casa deles e por que foi a melhor coisa que fizeram!" :-)